terça-feira, novembro 20, 2007

A Sustentabilidade e o risco de seguir a moda

Na tentativa inglória de manter-me com as narinas fora do lodo da ignorância absoluta, li esta jóia de informação:


Secador de roupa solar
Este post do prof. Arsélio Martins toca, apesar de tudo, num ponto relevante. Secar roupa ao ar livre deve ser das formas mais eficientes de utilizar a energia solar. Muito mais eficiente do que qualquer painel fotovoltaico ou que qualquer painel térmico. Na verdade, secar roupa ao ar livre é uma das poucas formas de usar a energia solar que não requer subsídios. E ainda por cima numa aplicação que tem grandes gastos de energia (transição de fase e essas coisas). E no entanto, os incentivos das autoridades públicas, ao penalizarem as soluções arquitectónicas que permitiriam que as pessoas pudessem pôr roupa a secar, levam as pessoas a secar roupa em secadores eléctricos e força-as a instalar painéis solares. Produzir energia eléctrica em painéis solares para depois a usar para secar roupa é estúpido.
JoaoMiranda em http://ablasfemia.blogspot.com/

Tal notícia confirma o risco imenso de algumas "mentes brilhantes" seguirem a moda.

Não se fala de outra coisa! Tudo o que se faz, produz, pensa ou sonha tem de ter apelos sustentáveis. Como se Sustentabilidade fosse um achado tecnológico de última geração e que incrivelmente está ao alcance de todos. Portanto nada mais "in" rechear todas as iniciativas com tal palavra.

O conceito de sustentabilidade é tão antigo quanto a humanidade.

Novo é produzir substâncias e artífícios inorgânicos, indecomponíveis ou tóxicos. Novo é também produzir conceitos de status na aquisição de produtos sem conteúdo ou qualidade e muitas vezes prejudicial a vida.

Prejudicial é todo um estabilishment se engajar, por exemplo, em regulamentar sistemas de construção e normatizar "modus vivendis", com base em Conceitos de Sustentabilidade, Energias Limpas e produzir uma aberração como essa noticiada acima.

Ser sustentável é o mínimo que se pode esperar de qualquer produto humano.

Já que é difícil para o indíviduo responder a cerca de si mesmo, que ao menos tenha a responsabilidade e a competência de responder pelos objetos que produz, às questões elementares da existência:

De onde vim, quem sou e para onde vou ?

Se as respostas para isso forem éticas então o produto é sustentável. Seja uma casa, um aparelho de barbear ou um creme para rugas.

Mais difícil é ser Auto-Sustentável. Ter autonomia e capacidade de gerenciar recursos limitados que não produza resíduos imprestáveis.

Talvez esse seja realmente o novo desafio humano.


sexta-feira, novembro 09, 2007

O vôo da gazela


O tanto para dizer me causou afônia, passei a
estenografar gestos que me vi fazer.

De onde vem a voz quando você fala sozinho?
Murmúrios de pensamentos na nuca...

As verdadeiras mensagens estão na pausa,
na tomada de fôlego, não na palavra.


Atenção...


Olhos + Ouvidos=

bocca chiusa

sexta-feira, novembro 02, 2007

Da palavra, seu sentido e imagem...

A imagem de algumas palavras, para mim, é desconectada do sentido comum...

È obsceno dizer vagina? E pênis, pinto, pau, pica?

A primeira me parece mais com algo leguminoso, que brota da terra e em favas. Muito mais condizente - favas de vagina, como favas de baunilha, de feijão, de amendoim, dessas coisinhas... de bolinhas.... inocentes, inodoras, verdes....

Assim como pênis me soa algo como tênis, um acessório esportivo (é... em alguns casos não deixa de ser).
Pinto – animal recém nascido, com bico capaz de machucar e dá dó de tão pequeno, indefeso.
Pau – um pedaço de madeira que se desprendeu da árvore porque estava podre
Pica – semelhante a pinto. Pontiagudo, fino, agulha

E “Jaca”?
Com esse nome roceiro, disfarçando seu verdadeiro estado erótico!

Essa fruta deveria se chamar Tábata, Samanta, Suelen ou “Vanessa Arrasa Quarteirão”.... Por dentro feminina, lânguida, macia....Por fora macho.

O que dizer de "Caquis"? Suculentos, indomados dentro da boca... E algumas “Mangas”... obscenas, dando em cachos enormes pelas ruas. Face pintada de rouge, perfumadas e quando abertas – úmidas, doces....

Essas sujeitas que exigem-nos voltar ao estado primitivo, comer com as mãos, lambuzar-se, deixar escorrer pelo queixo.... Frutas assim deveriam ser vendidas em embalagens com tarja preta da censura. E serem devoradas em alcovas a meia luz...

Em qualquer arte - sonora, visual, gestual, literária, enfim... de vida - o que vale são as sensações que provocam.