quarta-feira, novembro 22, 2006

dedicado à C. Mantovani

uma estória oriental conta de uma árvore solitária que se via no alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados, a montanha estivera coberta por árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia ser transformada em tábuas. Inútil para os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores de essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvores torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, mais uma vez sobreviveu.
Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob sua sombra e descansam.


Diz-se que assim é um AMIGO. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna um amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna nossa solidão uma experiência de comunhão.

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