sexta-feira, agosto 03, 2007

Da impermanência

Tudo passa.

Mil vezes mil vezes se ouviu e ouvirá falar que tudo passa. E tudo passa mesmo.

O tempo, esse etéreo elemento sensível e inexistente, flui magica e intrínsecamente. Não há estanqueidade, passado - como fotografias espalhadas ao redor da copa da memória, futuro - o fruto da semente do agora, esse fio de navalha, o piscar de olhos - e já foi. O que torna quase quixotesco o tentar viver a realidade. O que é real? O passado? o futuro?

Essa plantação de sementes que ando a cultivar, está confundindo minha memória. Já não estou certa do que vivi, do que plantei, do que quis e das rotas que tracei no meu mapa interno.

Onde vou chegar, se as sementes estão sendo plantadas em terras alheias? Há dias, muitos dias, que só quero abandonar essa floresta.... Voltar, já não sei bem para onde. Talvez o mais próximo do lugar que queria estar é num ventre, ou por outra, ter no ventre alguém que me sirva de farol - vê-lo piscar seu brilho franco me sinalizando a direção certa a seguir.

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